quinta-feira, 25 de março de 2010

Comentando Black Bird #3: É bom ser surpreendida



Eu já comentei os volumes #1 e #2 de Black Bird. Acho um mangá simpático, mas estilo fast food. A trama básica com a menina, Misao, que vê youkais e cuja carne lhes dá imortalidade, o sangue confere incríveis poderes e o sexo pode conferir superioridade sobre todos os demais pode caminhar para a o repetitivo. E o volume começou assim, um pouco cansativo e pendendo para o dramalhão.

Misao agora sabe que ama Kyo, o tengu. Isso, claro, faz com que ela comece a desejar fazer amor com ele. Mas ela tem medo, algo perfeitamente normal. Só que um componente interessante foi incluído neste caso, não se trata do medo de donzela somente, e, sim, do temor de ter que abandonar sua família e amigos. Muitas heroínas de shoujo mangá, tanto os antigos, quanto os modernos, se mostram muito pouco apegadas à família. Há razões culturais e históricas para isso, mas é bom quando alguém parece tentar pensar para além de um clichê. Dito isso, Misao parece ter grandes possibilidades de desenvolvimento. Estou gostando disso e Black Bird ganhou alguns pontos a mais.

Segunda questão deste volume: Kyo desconfia que se fizer amor com Misao poderá lhe causar um grand emal ou mesmo matá-la. Um de seus vassalos, que já se enquadrou no perfil Ilbani de Anatolia Story, isto é, o conselheiro que tem visão política e fará aqui o que é necessário para que seu senhor chegue/mantenha o poder, aconselha que ele resolva a questão logo e que se dane Misao. Kyo, claro, recusa. Esse drama pode se tornar potencialmente chato. Essa história de “sexo é perigoso” pode ser metáfora para uma série de coisas, entretanto o recorte geralmente é conservador. Mas há um tal livro, o Senka Roku, que mantém registros de casos anteriores e do que aconteceu com a noiva humana.

O Senka Roku, no entanto, está nas mãos do inimigo, o youkai raposa que se mostra um canalha de marca maior. Eu não esperava, foi a primeira surpresa. Aliás, eu esperava que o irmão malvadão-bonitão do Kyo fosse o vilão oficial e ele nem dá as caras neste volume. Já a youkai cobra apaixonada por Kyo retorna. O nome dele á que é um problema: Kiyo. Eu realmente fiquei confusa com a arte e demorou para entender quem era quem em alguns quadros. A autora tem uma arte boa, mas precisa diferenciar melhor algumas personagens e usar nomes muito parecidos não ajuda muito.

A youkai cobra tem um irmão que, ao contrário de todos os youkais, não é bonito (*mas feio de shoujo mangá raramente é feio de verdade*). Youkais, segundo Kyo, precisam ser mais bonitos que os humanos normais. Mas o sujeito é bonzinho e acaba caindo nas graças de Misao, e nas minhas, também.

Momento mais engraçado do volume foi quando depois que o youkai raposa engana Misao, que tira o pendente que Kyo fez para protegê-la, atraindo-a para sua casa, o raposa é derrotado, e diz que entrega o Senka Roku (*Misao caiu na armadilha por causa dele*) para Kyo. Então, um dos seus vassalos diz que prefere tocar fogo no livro e em si mesmo para não entregá-lo. O raposinha diz que ele pode queimar o livro e se matar, porque ele fez backup em DVD e que daria à Kyo. ^_^ Mas depois explica que é uma versão "editada", só com as partes mais terríveis.

E a surpresa maior foi o final sanguinolento desse volume. Não esperava gente desmembrada e sangue para todo o lado neste tipo de série. Muito menos uma execução a sangue frio com a exigência de que a mocinha assistisse. Foi uma luta sangrenta e um desfecho no melhor estilo honra samurai. E não acredito que tenha volta. Morreu, acabou. E o sujeito, segundo Kyo, precisava morrer por ter ferido Misao e invadido a sua casa. Não vou dar mais detalhes, mas eu realmente acreditava que Black Bird seria diversão leve e só isso.

Demorei muito mais lendo este volume e ele não me decepcionou. Já disse que a trama do “sexo é perigoso” pode cansar, mas a autora mostrou que pode conduzir uma história sem decepcionar as leitoras. Se o shoujo top dos EUA é Vampire Knight, eu realmente tenho esperanças de que Black Bird, mesmo sem vampiros, arranque esse posto. Afinal, se a disputa é entre shoujo populares, sem grandes complexidades, Black Bird para mim está ganhando com folga.

4 pessoas comentaram:

Nossa! Até agora, não tinha me dado a mínima vontade de ler este mangá. Só que com esta descrição que você fez do terceiro volume... Agora eu pago pra ver!

Abraços!

Também não esperava por tantos acontecimentos...Quando li as scanlations...amei! Merece seguimento.

'Perfil Ilbani' foi nota 1000!!! :D :D

Ainda não li o terceiro volume inteiro, mas também mudei bastante minha opinião sobre a série. Apesar de possuir um começo extremamente clichê, no segundo volume a história já se mostrou mais carismática.

Eu tb fiquei meio abalada com aquela cena xDDDD mas o volume 3 foi mesmo muito bom! Quando eu lí estava em japonês e eu perdí algumas noções~, então confesso que seu resumo me ajudou muito a tirar umas dúvidas! Brigada Valéria, que bom q ta gostando ^^

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