sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Comentando Black Bird #2



Depois de ter lido o segundo volume de Black Bird (ブラックバード), acho que começo a entender o sucesso da série. É inegável que se trata um amontoado de clichês, mas eis que poucas séries de grande sucesso não são, o importante, aliás, na minha opinião é como você consegue arrumar os ingredientes, não que lês sejam sempre originais. Afinal, quem comeu um bolo de chocolate não pode dizer que são todos iguais, apesar de ser bolo de chocolate. Dito isso, eu não daria 54º Shogakukan Award para a série, mas estou longe de achar que Black Bird não é um bom entretenimento, e é isso que um mangá precisa ser em primeiro lugar. Se os fãs de shounen toleram seus Narutos, porque no universo dos shoujo mangá não podemos ter um Black Bird lá uma vez ou outra? Leia a resenha do volume #1 antes de prosseguir.

O volume #2 começa apresentando o que poderia ser o início de um harém, há até analogias com host club (*talvez referência direta à Ouran mesmo*), já que Kyo recebe a visita de seus vassalos os outros Dai Tengu (Grandes Tengus, youkais alados) que vem lhe prestar reverência e conhecer sua noiva. Ficamos então sabendo que um deles não apareceu e que é exatamente o irmão mais velho de Kyo.

Sho, deveria ser o chefe do clã, mas foi derrotado pelo caçula que deseja se casar com Misao, a humana capaz de potencializar o poder de qualquer youkai. Kyo a ama, nenhuma leitora deve ter dúvidas disso, mas como a menina teve suas memórias parcialmente apagadas, ela não se lembra da infância dos dois e não tem certeza do amor do rapaz que por vezes parece grosseiro e atirado demais.

Como Kyo é um pervertido – esse é o ingrediente “século XXI” da trama, pelo menos em um shoujo mangá – Misao não sabe se o que o move é somente luxúria e sede pelo poder, ou se é realmente amada por ele. Daí, nada de sexo, e apesar do clima do mangá ser bem “hot”, não há nada de pornográfico. Kyo também não há força, ainda que seja insistente demais, e sabemos bem que poderia fazê-lo.

Na verdade, o rapaz é um sujeito de bom coração, líder nato, bonitão e tudo mais, só que mete os pés pelas mãos, já que é um adolescente, também, e acaba assustando Misao. Já a menina é a típica “garota normal” de mangá shoujo: virgem, insegura, um pouco desastrada, só que com um monte de youkais querendo estuprá-la/beber seu sangue/comê-la. Esse é outro elemento novo que a meu ver pode entravar o mangá mais cedo ou mais tarde. Afinal, como disse na resenha do volume #1, bastaria violentá-la ou matá-la e a trama viria por terra.

Enfim, os dois protagonistas são bem clichê, na verdade (*e eu aposto que assim como Tsukasa de Hana Yori Dango, Kyo também é vigem*), mas não desagradáveis. Na verdade, eu não sou muito fã de personagens como Misao, mas ela não é chatinha, então, posso suportá-la e até ter simpatia por ela. Só que se os dois fizerem sexo, é game over, acaba o mangá, pois Kyo ficará com todos os poderes. Então, me parece que a questão da memória da moça desempenhará um papel crucial para aproximá-los, assim como acredito que a autora apresentou o grande vilão da série, se é que existe um vilão, neste segundo volume.

E é isso que Sho é. O rapaz parece o oposto de Kyo: gentil, paciente, nada ameaçador ,sexualmente falando, e pronto a ajudar Misao aparentemente a troco de nada. Só que isso é somente uma fachada, ele, na verdade, é cruel e deseja a moça para si como forma de se vingar duplamente do irmão, conseguindo de volta a liderança do clã que lhe foi roubada e torturando e matando a mulher que ele ama. É um cara capaz de massacrar criancinhas indefesas e, em um determinado momento, captura Misao e diz para um Kyo ferido que vai estuprá-la, matá-la e devorá-la em sua frente. É uma cena de grande tensão. E, levando-se em conta que a autora é uma novata, ela está indo muito bem.

Para terminar, ainda não acredito que a série tenha material para render mais de 5 volumes, mas eis que ela já está chegando nos 10. Também, queria que tivéssemos menos Misaos e mais Tusukushis nos shoujo mangá, mas parece que a primeira é muito mais aceitável para os editores ou para os leitores, vai entender? Afinal, Hanadan é o shoujo de maior vendagens da história (*acho*). Mas vou continuar apostando em Black Bird. É divertido, leio com uma rapidez incrível, e gosto do andamento da história. Ah, e é uma das minhas apostas no Brasil em 2010. Podem anotar. Obviamente, Black Bird é diversão rápida e será esquecido daqui alguns anos, pois, definitivamente, não é uma obra notável. Mas, quem sabe é uma boa estréia de uma autora promissora.

5 pessoas comentaram:

Como primeiro comentário vou dizer o que achei do blog em geral.Em primeiro lugar fiquei bastante surpreso por encontrar um blog que foque no seguimento Shoujo aqui no Brasil já que boa parte dos animes e mangás de grande sucesso por aqui não são deste "estilo". Tive uma surpresa ainda maior quando vi a qualidade dos reviews, eu não entendo muito de Shoujo mas seus reviews tão honestos aumentaram meu interesse por conhecer mais. Continue o bom trabalho.

Adorei que vc gostou de Black Bird! É pra mim um dos melhores lançamentos e espero que continue tão bom...
Lí por enquanto até o vol. 5 então não sei como vão ficar as coisas, mas pelo q tá rolando espero terminar com chave de ouro (apesar de os clichês aumentarem xD)

Tu tens para baixar?
Aonde leram?

Bem concordo muito com os dois primeiros comentarios .
Como só li o primeiro volume , gostaria de saber tambem aonde você leu e se tens a baixar.

=Viicтσяiααн Cułłєη, está saindo no Brasil. Aproveite e compre a edição nacional da Panini. ;)

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