quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Comentando “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”



Ganhei o livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”, coletânea de entrevistas com novelistas brasileiros (*no masculino mesmo, porque a única mulher é Glória Perez*) de Natal. Foi uma boa escolha e terminei de lê-lo na semana passada. Queria comentar imediatamente, mas dei preferência à Sherlock Holmes, porque até agora não sabia como começar, se faria um post só ou dividiria por entrevistas, e queria não me alongar demais.

“A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo” tem como autores André Bernardo & Cintia Lopes. É um livro importante para quem se interessa por telenovela e vê nesse produto uma das expressões mais relevantes da cultura pop brasileira. Eu percebo a novela – e isso não me obriga a assistir todas as novelas ou gostar de todas – como um veículo tão relevante para o Brasil quanto o mangá é para o Japão. Um produto em escala industrial, que consome os autores, que sofre intervenções (do público, dos diretores, do governo, etc.) e que precisa ser popular.

Dizer que toda a novela é igual, que todas são ruins, ou que todos os novelistas são péssimos, ou que a telenovela está em decadência e que bons são os seriados americanos é preconceito (*quando não vem acrescentando que é “coisa de gente ignorante” ou de “mulherzinha”*), maldade, recalque, muitas vezes, também, desconhecimento do trabalho que é, no caso de uma novela das oito, produzir 35-45 páginas por dia durante meses, às vezes sozinho/a, às vezes com auxiliares. Parem para pensar? Similar a isso somente mangá. Dito isso, vamos começar!

O livro começa com uma linha do tempo juntando as novelas mais importantes e os marcos recentes da história do Brasil, em seguida, são entrevistados os seguintes novelistas: Aguinaldo Silva, Benedito Ruy Barbosa, Carlos Lombardi, Gilberto Braga, Glória Perez, Lauro César Muniz, Manoel Carlos, Sílvio de Abreu, Walcyr Carrasco e Walther Negrão. Como Glória Perez lamenta, a maioria da audiência das novelas parece ser feminina, mas, hoje, somente uma mulher está em evidência neste cenário, enquanto outras, novatas, tentam um lugar ao sol. Foi-se o tempo de Janete Clair e Ivani Ribeiro.

Não vou mentir, tenho meus favoritos e desafetos entre os autores, mas o que se impôs na leitura foi o seguinte, algumas entrevistas são muito mais inspiradas que outras. As perguntas são melhores, e, claro, a conversa rende mais. Não vou dizer que a responsabilidade é dos novelistas, porque ainda que uns possam ter dado entrevistas mais longas, é a qualidade das perguntas que determina o rumo da prosa, ou houve censura ou auto-censura, sei lá. Por exemplo, não gosto de Manoel Carlos (*basta dar uma busca no blog e confirmar*), mas ele tinha muito mais a falar, merecia perguntas mais instigantes. Acredito que ele não é tão chato quanto a entrevista aponta. Não pode ser. Algumas entrevistas, por exemplo, são muito longas (*e ricas*), a de Aguinaldo Silva tem 22-24 páginas, fora o capítulo de novela que ele cede de bônus, já Walther Negrão, um dos meus autores favoritos, tem somente 12 páginas de entrevista, mais o tal capítulo que traz uma das cenas mais deliciosas da novela Desejo Proibido (1 - 2), ri só de lembrar.


Os dois primeiros autores, Aguinaldo Silva e Benedito Ruy Barbosa, têm um ego monstruoso, e também muitas qualidades. A coragem de Benedito Ruy Barbosa, que, para mim, repete a mesma novela desde Os Imigrantes com poucas variações e acréscimos, para se demitir da Globo porque não queria terminar uma novela de Lauro César Muniz que fora dispensado é admirável. Mas sua estrela é Pantanal, sua jóia, sua prova de genialidade, seu tapa na cara de quem vetou o projeto nsa Globo Entendo o argumento da audiência, mas Pantanal foi uma novela sofrível, chata durante boa parte do tempo. De resto, ele é patriarcal, conservador, flerta com a homofobia em sua entrevista. Mesmo sua defesa ardorosa da Reforma Agrária deve ser vista como movimento de cima para baixo, partindo o bom coronel com consciência social. Já Aguinaldo Silva fez algumas novelas que estão entre minhas favoritas, mas enfim... fez, passado, e sua língua é a mais ferina e os resultados dos comentários nem sempre são os melhores. Mas eles são deuses e ponto, se vêem assim.

Alguns autores falam mal de atrizes (*como Lucélia Santos é detestada!*) e diretores, caso de Aguinaldo Silva, Benedito Ruy Barbosa, Carlos Lombardi. Outros, mais elegantes, eu diria, criticam a indústria das telenovelas hoje, seu assujeitamento ao público e aos anunciantes, como Lauro César Muniz. Poucos apontam censura da Rede Globo ou o problema da maldita classificação indicativa. Uns dizem que somente sua versão dos fatos é correta, como Manoel Carlos, que só ele lembra como certas coisas aconteceram, outros me parecem mentir, como Walcyr Carrasco que afirma que sua novela “A Padroeira” não sofreu intervenção alguma por causa da audiência. Pode um negócio desses?

Carlos Lombardi tinha acusado Walcyr Carrasco de ser “dócil” - e que a Globo queria autores assim agora, submissos aos diretores - e, por isso, tenha conseguido o seu lugar ao sol... depois Lombardi desconversa, mas foi essa a impressão que a entrevista com Carrasco me passou. Caramba! Ele é do primeiro time da Globo! Que ele quer mais? Na mesma linha vai o Sílvio de Abreu, e foi a entrevista mais decepcionante, pois ele, sim, é um novelista com histórias para contar. Digo isso, porque no caso de Manoel Carlos, acredito que a culpa foi do/a entrevistador/a, mas com Sílvio de Abreu ele se omitiu, esnobou o público, negou intervenções, e se mostrou muito conservador e ao mesmo tempo fez o tipo “ofereço o que querem, se der certo, ótimo, se não...”, mas nega as intervenções. E Torre de Babel foi o quê?! Prefiro pensar em intervenção a culpar o novelista por aquela limpeza que foi feita. Aliás, nos mesmos moldes do que eu vi em A Padroeira, só que em proporções de novela das oito.

Carlos Lombardi (*que dá um depoimento muito legal de como venceu o vício em cocaína*) e Gilberto Braga parecem duas faces da mesma moeda, só que um brega e o outro chique. Ambos parecem fazer novela, porque são pagos, sem grande paixão, sem grande envolvimento. Lombardi se mostra muito crítico dos outros e pouco de si mesmo, a culpa é dos diretores, da mídia, dos atores e atrizes mal escalados. Na verdade, ele queria estar fazendo seriado americano e se a Record oferecesse e não fosse tão "meia boca", ele iria por um salário maior.  É outra entrevista que poderia render mais. O final ficção científica de Kubanacan é algo realmente impressionante e acredito que ele não sonhe em fazer uma novela inteira assim, mas ninguém perguntou nada. E eu duvido que ele não quisesse aquilo desde o início...

Gilberto Braga é a elegância em pessoa, mas me passa a imagem de desprezar sua própria obra, mas ganha muito bem e isso é o que importa. Escrava Isaura então, que para mim é mérito só dele e não do romance original, ele trata como lixo. Não exploraram o que ele poderia falar sobre censura, ele só cita a conhecida história da proibição do uso da palavra “escravo” em uma novela sobre escravidão. Quando perguntam do racismo explícito em Pátria Minha, ele nega e diz que o Movimento Negro é que quis aparecer... E, claro, fica por isso mesmo, já que o/a entrevistador/a nem insiste. Peguem o documentário A Negação do Brasil para rever a discussão.

Walther Negrão é o único que parece MUITO feliz, até demais, sabe? Tem uma carreira longa e bem sucedida, e é autor de algumas das minhas novelas favoritas, como O Direito de Amar. Aliás, ele parece ter como sonho de fim de carreira o remake desta novela, e olha que eu falei disso aqui. Estou eu cruzando os dedos, torcendo mesmo, embora acredite que a novela seria mutilada para se adaptar ao que hoje é novela das seis. O autor, aliás, diz que não se sente rebaixado ao fazer novela das seis (*compare com Lombardi ou Gilberto Braga*), porque ganha o mesmo, escreve menos (*segundo ele, um capítulo de novela das seis tem mais ou menos 1/3 do de uma das oito*), e sua mãe só assiste novela das seis. Então tá, não sei se é verdade, mas ele pode contar com minha audiência, além da da mãe dele, para as suas novelas de época. Um ponto interessante, é que o livro deixa clara a agenda religiosa de alguns novelistas, coisa que os evangélicos sempre apontam, pois anto Negrão quanto Walcyr Carrasco são explícitos em dizer que deliberadamente colocam temas espíritas por convicção; Manoel Carlos diz a mesma coisa, mas desconversa dizendo que não foge da doutrina católica.

As minhas duas entrevistas favoritas foram a de Glória Perez e a de Lauro César Muniz. Ambos cônscios do papel social da telenovela, embora Glória Perez assevere que a novela no Brasil só educa, porque boa parte do povo brasileiro é excluído de um universo cultural mais amplo, a educação está se deteriorando, não tem dinheiro para cinema, teatro e outros lazeres, então, a novela tem função social, deve educar. Por isso mesmo, ela e Manoel Carlos criam seus merchandisings sociais. E se as novelas de Glória Perez ajudam a encontrar crianças, aumentar doação de órgãos, a diminuir o preconceito contra portadores de HIV, eu bato palmas, acho que o estrago é menor que o benefício.

Falando nisso, não há uma novela de Glória Perez que esteja entre minhas favoritas, na verdade, odeio o Clone, por exemplo, mas compreendo a forma como ela pensa e admiro a sua humanidade. Porque ela, de todos os entrevistados, foi a mais humana e consciente do seu papel social. Pena que as questões feministas – a dupla jornada, o fato de ser culturalmente absurdo uma mãe dizer “Silêncio, crianças, que mamãe está trabalhando!”, por exemplo – não entrar em suas tramas. Descobri também que ela é formada em História pela UFRJ, e que saiu da UnB, porque presenciou a invasão da universidade por agentes da Ditadura. Sim, ela fala desses tempos tenebrosos em sua entrevista. Glória Perez é uma pessoa mais interessante, a meu ver, que suas novelas, mas ela tem total consciência do que faz e merece minha admiração por isso.

Lauro César Muniz – e como eu lamento não estar acompanhando Poder Paralelo – é um dos mais velhos e rememora um tempo em que, segundo ele, a telenovela queria revolucionar. Em que a Globo – com tudo de ruim que ela possa ter – dava liberdade criativa para os autores e tinha a intenção de estimular o raciocínio do público, de mudar a TV e ajudar a mudar o Brasil. Ele acredita que a telenovela esteja, sim, em decadência, porque se oferece muito pouco, as tramas são cada vez mais medíocres e o comercial se impõe. Por outro lado, ao contrário de um Sílvio de Abreu ou Gilberto Braga, ele assume os seus erros. Ele admite que Os gigantes – a tal novela que Benedito Ruy Barbosa não quis terminar – foi mal por sua culpa, que ele foi demitido da Globo naquele momento porque errou e se excedeu. Fala da censura nos anos 70 e em O Salvador da Pátria – sim, as intervenções que o Carrasco diz que não existem, das limitações técnicas da Record quando ele foi para a nova emissora, enfim, riquíssima a entrevista. E eu lamento não ter assistido O Casarão que é dele e tem um capítulo no livro, e queria muito rever uma das minhas novelas das oito favoritas, Roda de Fogo.

Sei que ficou grande essa "resenha", mas recomendo o livro para quem gosta de telenovela, para quem estuda telenovela seja a história ou como produto cultural, para quem quer entender um pouco o método de trabalho dos autores (*uns dizem que ouvem o público, outros, negam veementemente, uns escrevem com atores em mente, outros escolhem depois*), para quem quer uma mostra de roteiros de capítulos (*alguns oferecem, outros, não*), para quem quer conhecer melhor aqueles que produzem essas tramas que, em alguns momentos, mobilizam o Brasil. Algumas entrevistas são melhores que outras, alguns autores mais verdadeiros que outros, alguns mais elegantes, outros maledicentes, mas é uma amostragem importante. Queria que tivessem feito um livro assim com Janete Clair, Ivani Ribeiro, Cassiano Gabus Mendes, Dias Gomes e mesmo Gloria Magadan. Mas não fizeram, e a Panda Books está de parabéns.

Para quem se interessar: entrevista com a autora do livro, blog do Aguinaldo Silva, blog do Walcyr Carrasco, blog da Glória Perez.

15 pessoas comentaram:

Janete Clair... ela era mestra.

Merecia tanto uma homenagem digna.

Eu tb acho que as novelas andam fracas, ou eu que fiquei mais criterioso.

De qualquer forma tem varias delas que eu gostei muito de assistir, Roda de Fogo, Irmãos Coragem,Que Rei sou Eu?, Vamp,etc.

Esse livro parece interessante.

Tem no submarino?

Acredito que tenha no Submarino, sim, mas procurando superficialmente, eu não achei. :(

Enfim, eu vejo pouca novela hoje, acho que minha aversão de início de juventude era porque minha mãe nos obrigava a assistir (*família unida na sala*) e quando ela não estava em casa, antes do video cassete, tínhamos que ver e contar o que tinha acontecido. Imagine só? Era maravilhoso quando estreava uma novela espírita (Ex.: A Viagem), porque aí podíamos assistir o que quissessemos. :)

Mas hoje coloco na balança e compreendo a função social da telenovela.

Algumas das minhas favoritas de sempre são: Escrava Isaura, O Direito de Amar, Que Rei sou Eu?, Roda de Fogo, Senhora do Destino, Desejo Proibido, Dona Beija, Os Imigrantes, a primeira Paraíso, Vamp, Top Model, Livre para Voar, um... devo ter esquecido um monte. Irmãos Coragem original só vi em compacto. Gostava de Pão, Pão, Beijo, Beijo, Fera Radical. Queria rever Pacto de Sangue e Vida Nova e confirmar se não gostei pela resistência ou porque era realmente ruins... Mas eu estou realmente torcendo por um remake de O Direito de Amar, mas se repetissem no Vale a Pena Ver de Novo já estava de bom tamanho.

Em casa era diferente. Minha mãe nunca gostou de tv por questões religiosas, mas tinhamos assim mesmo.

Ela só abria excessão no caso das novelas da Janeta Clair e algumas que acho que eram mexicanas, como Os Ricos tb choram, Direito de Nascer, Xispita e Geronimo, não sei se vc lembra/conhece.

De qualquer forma espero que surgem novos autores que tragam mais criatividade e ousadia p/ as tvs, estamos precisando.

Gerônimo, o Herói do Sertão era brasileira, saiu do rádio para a TV. Eu assitia essa, assim como Chispita quando era criança. Aliás, as novelas mexicanas com crianças me atraiam quando eu tinha a mesma idade.

Ah, sim, esqueci de outra novela que eu amava A Gata Comeu. ^_^ Sassaricando e a da Tina Pepper eram boas, além de Vereda Tropical.

Oh sim, A Gata Comeu era boa, e a Tina hilaria.

E Roda de Fogo gerou uma das melhores parodias na feitas, na extinta TV Pirata.

A primeira versão de Paraiso, e aquela com o Mario Fofoca ^^

Sim, sim... A do Mario Fofoca era ótima. O nome é Elas Por Elas. E esqueci de Bambolê, Ti Ti Ti (*que vai ter remake*) e Transas e Caretas. :)

Ah, a paródia era Fogo no Rabo. Inesquecível.

Hoje em dia com a internet eu perdi o hábito de assistir novela. Quando eu era criança a família se reunia para assistir e ninguém era obrigado a ver. Algumas novelas me marcaram bastante:

O Salvador da Pátria - é a primeira novela que eu tenho alguma memória, mas eu não tinha mais de 4 anos quando passou então eu lembro pouquíssimo (não vi quando reprisaram).

Vamp - Foi a primeira novela que eu assisti de verdade, era muito divertida. Olho por olho era legal mas não chegou a me marcar.

Pedra sobre Pedra - Menos assisti do que assisti, mas o pouco que via eu amava.

Fera Ferida - Eu assisti na época e vi várias vezes a reprise, eu era apaixonado por essa novela.

Cara e Coroa me marcou um pouco, me fez gostar da Christiane Torloni.

Renascer - Foi por causa dessa novela que minha cachorra (doberman) se chamou Buba, meus pais não gostavam muito por causa da parte afro impregnada, mas mesmo assim o pouco que eu vi me marcou e depois eu revi e gostei demais quando passou no "Vale a pena ver de novo."

A próxima vítima - Acho que foi um dos primeiros suspenses que eu assisti, acompanhei religiosamente também, se eu perdi uns 2 ou 3 capítulos da exibição original foi muito. Também vi a reprise mas já não tinha aquela mágica.

Explode Coração - Foi uma das novelas que me fez ver que meus pais nem sempre falavam a verdade, que os ciganos não eram os malvados que eles diziam. A parte do menino roubado da mãe me marcou demais.

O Rei do Gado - Essa novela me marcou demais, foi daquelas novelas que me faziam acompanhar todos os dias por quase obrigação. Eu gostei demais mesmo.

A Indomada - Outra das minhas preferidas, sinto saudades dessas novelas passadas no nordeste com aquele sotaque fake e divertido. Vou me lembrar para semrpe dessa novela.

Por Amor - Foi uma delícia essa novela. Hoje em dia não suporto Manoel Carlos, mas essa novela foi uma das melhores. Carolina Ferraz e Eduardo Moscovis formavam um casal mágico. Regina Duarte não era aquela bruaca enjoada que é hoje em dia, bosn tempos.

Laços de Família - Última novela do Manoel Carlos que prestou. Foi muito boa de acompanhar, o drama da leucemia foi incrível.

O Clone - Foi uma das últimas novelas que vi e amei, depois dessa entrei na faculdade (noturna) e assisti pouquíssima coisa.

Senhora do Destino - Eu via flashes, chegava da faculdade na hora do fim da novela, assisti um pouco quando entrei de férias na faculdade e lembro de ter matado aula para assistir ao capítulo final xD.

Assisti um pouco de América e Belíssima, mas já tinha perdido o ânimo de assistir novelas. A última coisa que vi foi "Cinquentinha." Foi divertido, queria acompanhar Dalva e Herivelto, mas não tive ânimo.

Tenho flashes na memória de Tieta, Rainha da Sucata e Vale Tudo, mas não lembro de verdade.

Das outras novelas eu só me lembro que curti muito: Chocolate com Pimenta, O Cravo e a Rosa, Mulheres de Areia e Barriga de Aluguel.

As novelas marcaram o país e eu acho uma vergonha preconceito bobo com elas. Com o país na ditadura a novela era a forma de expressar a insatisfação da população, mesmo com muita bobagem a novela ajuda a disseminar valores e espantar moralidades ultrapassadas e preconceitos dos mais variados tipos.

Também adorava Sinhá Moça, Cambalacho, A Viagem, Vale Tudo, Quatro por quatro, A indomada, Tieta, Roque Santeiro, Renascer, Ti ti ti.

E algumas das que vc falou: A gata comeu, Que rei sou eu?, Sassaricando, Vamp, Top Model, O direito de amar.

Hoje em dia não vejo novela, já não tenho paciência. Cheguei a acompanhar Páginas da Vida no começo, mas ela me irritava muito!

Estou curiosissimo para ler esse livro. Muito mesmo. Sou completamente viciado em cultura pop (tenho até um blog sobre o assunto) e me interesso muito pelo impacto que as novelas causem (embora não tenha muita disciplina para acompanha-las).

Como não li ainda, não tenho muito o que dizer a não ser que eu gostei muito da resenha, que eu ABOMINO o Aguinaldo Silva (a pessoa, não as novelas), que eu admiro muitíssimo a Glória Perez (todas as entrevistas que eu li dela ela se mostra uma mulher extremamente admirável. Não gosto das novelas dela mas gostei muito do Clone. Tinha tipo 12 anos na época e a novela era a coisa mais na moda do momento então sei lá, vai ver era ruim. Mas tenho boas memórias...) e que, sim, eu gosto do Manoel Carlos (tanto como pessoa quanto das novelas).

Enfim, gostei muito de ler esse post e tô pretendendo comprar esse livro faz um tempo mas sempre me esqueco (tem no site da Livraria da Cultura alias, para quem quer comprar pela internet e não achou no Submarino).

Eu esqueci de listar tantas novelas queridas... uma delas foi Brega & Chique e, sim, a primeira Shinhá Moça.

André, comprei meu livro na Cultura, ele é fácil de comprar, só que no Submarino não está evidente.

Quanto ao seu gosto pelo Manoel Carlos e o Clone... Enfim, acho que tanto você quanto o Kadu são muito novinhos, e enfim, essa é a geração de novelistas que impera hoje. Ou é identificação mesmo...

No caso de Manoel Carlos a única que me parece possível é de classe. Como nào pertenço a mesma que ele, não nasci nela, não sou branca, hommem, etc. não me toca em nada, na maioria das vezes me ofende.

Parei de assistir novelas em 1994 e nunca mais tive interesse.
Meu único problema com elas é o tempo que ocupam em todos os canais de tv. Na Globo mesmo são 4 por dia mais Malhação.

Mas hoje com a internet nem vejo tv.
E os seriados americanos são melhores sim, Valéria. =P

Gustavo, novelas, mangás, seriados, há bons e ruins. Critérios como roteiro, personagens, originalidade, etc. pesam. E, claro, há a questão do gosto. Cada um lê/assiste o que prefere/pode/gosta e não deveria confundir gosto com qualidade.

Obviamente, é mais fácil cancelar um mangá/seriado do que uma novela. E esse é um porblema.

Aliás, alguns autores pleiteiam novelas menores, mas compactas. Lauro césar Muniz fala até em formato de 50-70 capítulos, mas aí, deixa de ser novela e vira maxi-série, formato qeu a Globo testou sem sucesso por conta dos horários atrelados ao BBB, eu acho...

Concordo com você Valéria, toda mídia tem seus bons e maus exemplos. As pessoas confundem: "Isso não tem qualidade." com "Eu não gosto disso." ao falar delas. Meu comentário foi mais de brincadeira com a introdução do seu texto.

O que atrapalha as novelas, na minha opinião, é o formato. As tramas são muito longas e o assunto acaba diluído. Prefiro uma narrativa mais compacta em que aconteça mais fatos relevantes por episódio.

Boa noite a todos. Fiquei muito feliz com a resenha da Shoujo sobre o livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo. Meu nome é Cintia Lopes e sou uma das autoras do livro juntamente com o André Bernardo. É como você disse: esse livro não é só para noveleiros, mas para estudantes e pessoas que se interessam por roteiros e processo de criação. Além da Livraria cultura, o livro também está à venda na Saraiva, Argumento e Livraria da Travessa. Abraços a todo.

Cintia, muito obrigada pela visita. Como disse, gostei muito do livro e parabenizo os autores pelo resultado. Queria muito ver mais material como esse no mercado.

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