quinta-feira, 25 de abril de 2024

Kirakira to Giragira: Um mangá que mistura dois traços distintos e parece ser muito engraçado.

Não conhecia o mangá Kirakira to Giragira (キラキラとギラギラ), de Sawako Arashida, mas apareceu no Manga Mogura e isso parece ser muito, muito, muito divertido.  Olha o resumo inicial da série: 

"Lulu Himeji é uma linda garota que parece a personagem principal de um shoujo mangá.  Lulu estava vivendo uma vida brilhante no colegial, cercada por muitos amigos.  Devido ao trabalho do pai, ela teve que se transferir de escola. [Abaixo a escola original de Lulu.]

Lulu está animada com sua nova vida.  Porém, algo está errado na escola para a qual ela foi transferido.  A escuridão dos rostos dos seus colegas e a espessura de suas linhas eram completamente diferentes - era um mundo saído de um gekiga (brilho)! [A escola nova.]

Lulu descobre o nome de seu amigo de infância Zen Gokurakuji na mesma turma e fica feliz em vê-lo novamente. Mas ele também mudou completamente!"

No resumo do segundo volume, aparece escrito que Lulu descobre que, apesar da aparência, Zen continua tendo o mesmo bom coração de dez anos atrás.  Olha, as ilustrações do mangá que eu achei são fantásticas.

A série sai na Harta, que é a casa da Kaoru Mori, uma revista seinen onde publicam somente mulheres, ou principalmente mulheres.  Imagino o quanto essa série brinca com clichês de shoujo mangá e de séries shounen que tinham esse traço sujão lá nos anos 1980.  Deve ser uma graça.  Não achei scanlations, mas o capítulo #1 do mangá está no site da Harta.  Mesmo sem saber ler, dá para entender muita coisa e dar boas risadas.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Mangá sobre a importância da saúde mental vai virar dorama no Japão

O mangá Shrink: Seishinkai Yowai (Shrink〜精神科医ヨワイ〜), de Nanami Jin e Tsukiko, terá dorama estreando em agosto na NHK.  Nakamura Tomoya será o protagonista, o psiquiatra Yowai Konosuke.  É um mangá seinen que parece abordar de forma série e responsável a questão da saúde mental.  

O Comic Natalie trouxe a notícia. O resumo do mangá é o seguinte"Transtorno de pânico, depressão, transtorno de desenvolvimento, TEPT (Transtorno de estresse pós-traumático)... Diz-se que o Japão é um país de doenças mentais ocultas, onde muitos pacientes sofrem de doenças mentais sem poder falar com ninguém. A taxa de suicídio é uma das piores entre os países desenvolvidos. Como o Japão caiu nesse tipo de situação? O psiquiatra Konosuke Yowai confronta os problemas enfrentados pelos cuidados psiquiátricos do Japão e lança luz sobre as sombras nas mentes das pessoas."

A série sai na revista Grand Jump e está no volume 12.  Tem scanlations.  Mangás seinen e josei médicos ou protagonizados por profissionais de saúde são comuns e alguns deles acabam adaptados para dorama.  Obviamente, mais mangás seinen do que josei recebem atenção.  Aliás, essa coisa de que só mangás de romance ou com romance acabam sendo transformados em filme live action e dorama é uma bobagem, mesmo que, no caso dos shoujo, isso seja o mais comum. Ah, sim!  "Shrink" é uma gíria da língua inglesa para psiquiatra ou terapeuta.  E o sentido não era lá muito positivo.

domingo, 21 de abril de 2024

Romance entre dois mutantes perseguidos pelo preconceito é tema de mangá TL (+18)

Estou devendo várias resenhas, uma delas, sobre a série X-Men '97.  Talvez, faça tudo de uma vez quando todos os episódios forem exibidos.  De qualquer forma, vou falar de outro mangá, um TL (teen love), a release do segundo volume no Amazon Japan clarifica as coisas, chamado Yoake wo Kou Kemono-tachi (夜明けを乞うけものたち), de Tsutsumi Kakeru.  Eu só tenho o resumo, é mais um post para registrar que a série existe e poder monitorar depois.  Enfim, a série está no seu segundo volume, sai em formato digital e tem o seguinte ponto de partida da série:   

Estamos em um mundo onde existem mutantes e Ai Zetsuze é um mutante classe 5 (*não sei o que isso significa*).  O fato é que o protagonista tem bocas em suas duas mãos (*ele tem três bocas e o mangá é erótico, imaginem as possibilidades disso aí*).  Ele evita se relacionar amorosamente com qualquer pessoa, mas, um dia, ele descobre que sua colega de trabalho Kanzaki também é uma mutante.  Ela rejeita o amor do protagonista, mas acaba cedendo, no entanto, ela não revela para o sujeito qual o seu poder e diz que em hipótese alguma pode beijá-lo.  O Amazon Japão diz que a série tem algo de trágico.  Enfim, o traço parece ser muito bom.  Amei o detalhe das luvas na capa do volume #1.  Vi as primeira informações sobre a série no Manga Mogura.

Estúdio Mappa confirma o cancelamento do filme animado de Yuri!!! on ICE

Fiquei sem saber se noticiava isso, ou não, mas é importante ter o registro no blog.  Enfim, eu acreditava que o filme Yuri!!! on ICE Movie: ICE ADOLESCENCE (ユーリ!!! on ICE 劇場版 : ICE ADOLESCENCE) estivesse cancelado desde 2022, tinha feito um post e fui atrás dele.  Pois bem, em 2022, o título foi tirado do "coming soon" (em breve) dos títulos do estúdio. Naquele momento, já tinha perdido a esperança, mas, vá lá, havia ainda quem a tivesse.  Pois bem, o Mappa jogou a última pá de terra em um projeto que tinha tido até um vídeo de propaganda.

Para quem não sabe do que estou falando, em 2017, houve uma série animada sensacional chamada Yuri!!! on ICE (ユーリ!!! on ICE).  Criação original para a TV feita por duas mulheres, Sayo Yamamoto e Mitsurō Kubo, a série contava a história de Yuri Katsuki, um jovem atleta de patinação no gelo muito talentoso, mas inseguro e acima do peso.  Um belo dia, o campeão mundial e olímpico e de tudo mais que pudesse existir na categoria, Victor Nikiforov, aparece na sua porta.  Victor estava aposentado e queria treinar Yuri, já o rapaz, se tornara patinador por causa do russo e fica assustadíssimo e excitado com a possibilidade.

Ao longo da série, Yuri vai refinando seu estilo e se tornando o atleta de elite que poderia se tornar.  Victor é duro e terno ao mesmo tempo.  Os dois terminam se apaixonando e efetivamente fazem juras de amor eterno e casamento quando estão de passagem por Barcelona.   A série inspirou-se diretamente em patinadores reais, que fizeram propaganda gratuita para a série em suas redes sociais, além disso, foi bem rigorosa em mostrar as rotinas e desafios que os atletas precisam superar.  Yuri!!! on ICE ainda ofereceu outras personagens interessantes e foi cheio de emoção.  Fazia muito tempo que eu não assistia algo que me mobilizasse tanto, inclusive me fez chorar mais de uma vez.

Mas eis que o estúdio anunciou um filme animado, uma prequel, logo que a série terminou.  Durante anos, os fãs esperaram, mas o estúdio Mappa parece não ter visto potencial algum no filme, mesmo com o sucesso da série.  Volta e meia o Mappa lança algum produto, o que aponta para a percepção de que a série tem público, mas abandonou de vez a possibilidade da prequel, ou de uma esperada continuação. 

Um fiasco, enfim, mas não me surpreendeu. Há quem aponte homofobia e misoginia como motivação para que o estúdio perdesse interesse pela série.  Não vou especular, mas nem sempre empresas seguem a lógica econômica e acabem abraçando ideias conservadoras ou reacionárias acreditando que vão lucrar de qualquer jeito.  Yuri!!! on ICE teria retorno certo, caso o Mappa soubesse explorar o produto, mas eles optaram por não acreditar em seu potencial.

"As unhas determinam a força deste mundo!!" ou esse isekai pode ser divertido

Ontem, o Manga Mogura postou informações rápidas sobre o lançamento do quarto volume do mangá Ikyou no Tsume Nuri Minarai (異郷の爪塗り見習い), de Marukawa.  O resumo do MM nao era tão completo, mas o que está no Amazon Japão era bem melhor e me ajudou a entender o mínimo da história. Vamos para o início da história:

As unhas determinam a força deste mundo!! Keiko Sahara (comumente conhecida como Sara), é uma office lady cujo hobby é a "nail art", isto é, ela gosta de fazer aquelas pinturas, apliques e outros enfeites em unhas.  Um dia, ela é transportada para um mundo onde a magia pode ser feita com as unhas. Lá, pessoas chamadas “pintores de unhas” são importantes e Sara assume o trabalho de pintar unhas mágicas como aprendiz de pintora de unhas. Porém, as unhas que Sara pinta são rotuladas como “unhas decorativas”, pois elas são fofas, mas têm pouca utilidade prática. Sara começa sua busca por aprender a criar unhas práticas, enquanto continua se empenhando em fazer unhas fofas. E ela é cercada por amigos divertidos, como o poderoso mágico Rocco, seu discípulo, Hoo, e o mestre pintor de unhas Rido.  Os dias de Sara como pintora de unhas apenas começaram!

Enfim, só da protagonista estar viva, já me parece um alívio.  😆 De resto, parece que a história pode ser divertida.  O mangá é publicado on line e está categorizado como shoujo.  Infelizmente, não parece ter scanlations.

sábado, 20 de abril de 2024

E seguem as comemorações dos 50 anos da revista Hana to Yume

A revista Hana to Yume, uma das mais tradicionais publicações shoujo, nasceu em 1974.  A revista foi o lar de inúmeros sucessos desde os anos 1970 (Glass Mask, Patarillo!, Arabesque, Sukeban Deka, Please Save My Earth, Warau Michael, Koko wa Greenwood, Doubutsu no Oisha-san, Angel Sanctuary, Hanakimi, Aka-chan to Boku, Fruits Basket, Skip Beat!, Gakuen Alice, Oresama Teacher, Kamisama Kiss, Fukumenkei  Noise, Niehime to Kemono no Ou, Akatsuki no Yona, Tamon-kun Ima Docchi!?, Tsuiraku JK to Haijin Kyoushi etc.) e vamos ter muita coisa aparecendo nesses próximos meses.  Comecemos com esse vídeo fofo que o canal da revista lançou no Youtube:

No vídeo, apareceram personagens das seguintes séries: Glass Mask (ガラスの仮面), Hanazakari no Kimitachi e (花ざかりの君たちへ), Akatsuki no Yona (暁のヨナ), Please Save my Earth (ぼくの地球を守って), Fruits Nasket (フルーツバスケット), Aka-chan to Boku (赤ちゃんと僕) e Tamon-kun Ima Docchi!? (多聞くん今どっち!?).  O que me leva a dizer uma coisa, há forte boato da possibilidade de um anime de Hanakimi, houve o registro do site com o nome da série.  Com a morte da autora e os 50 anos da Hanayume, seria uma forma de lembrar e celebrar uma das mais importantes séries da revista.  Mas é boato, só isso. Aguardemos.

Além disso, foram lançadas duas edições comemorativas dos 50 anos, recheadas de brindes.  A primeira, que já saiu, focada nas protagonistas femininas, a segunda, que é da The Hana to Yume, que sai na semana que vem, nos meninos.  Eu só consegui encomendar a dos garotos.  O Comic Natalie também publicou uma grande matéria sobre a revista.  Eu vou traduzir alguma coisa dela e fazer um grande resumo.

Ainda no CN, houve outra matéria sobre os produtos que serão vendidos na Exposição dos 50 anos da revista, que ocorrerá entre os dias 24 de maio e 30 de junho, em Tokyo.  São muitas coisinhas fofas, então, entre no link da matéria para ver o resto, porque eu só coloquei essas duas fotinhos mesmo.

Inteligência Artificial como ferramenta e o artista injustamente acusado de usá-la


Passei parte considerável da minha semana em um seminário no meu trabalho sobre o uso da Inteligência Artificial na educação.  Não escolhi estar lá, mas tentei aproveitar o máximo que pude.  Sim, a IA é parte da nossa vida, já a usamos sem perceber, mas querem cooptar os professores a verem essas ferramentas como aliados na educação.  Podem ser?  Sim, claro, mas tenho cá as minhas reservas. 

Em São Paulo, por exemplo, virou notícia esta semana o fato do secretário de educação, vulgo um dos donos da Multilaser, colocou os professores da rede para corrigirem, isso mesmo, corrigirem, aulas geradas por IA.  Daí, inverte-se a proposta de humanos usarem ferramentas e o professores são postos à serviço da IA.  A matéria diz que a produtividade aumentou.  A precarização, também, e sabe-se lá quais comandos (prompts) foram usados para gerar as tais aulas.


Voltando ao seminário que assisti, passei um tempão em uma demonstração de como criar um vídeo de 30 segundos com animação, narração e legendas em IA.  Usaram uns seis ou sete aplicativos, deles só conhecia o chatgpt e o capcut, e demorou tanto que eu tenho certeza que faria sem IA o mesmo vídeo muito mais rápido.  Enfim, deixa pra lá.  Queria comentar uma notícia que também saiu esta semana, o artista chinês, Jingxiong Guo, foi acusado de ter usado IA para fazer capas de quadrinhos para a DC.  Ele nega: 

“Não usei IA, mas sou um artista que foi ferido nessa caça às bruxas. Estou nessa indústria há mais de trinta anos e meu desenho sempre foi tradicional à mão ." No entanto, ele disse que "não sou contra a IA; acho que pertence ao campo da ciência. Não me preocupa e, na verdade, o desenvolvimento da IA não tem nada a ver comigo, mas estou grato que a IA possa forneça-me traduções precisas." Por que as capas mudaram? “A DC e eu consideramos mudar a capa porque a imagem polêmica pode afetar suas vendas. Isso não significa que prova que se trata de um trabalho de IA”." 


Minha filha, uma menina de 10 anos, tem um olho clínico para identificar IA.  Ela raramente erra, eu já sou enganada com grande frequência.  Ainda falando de escândalos ligados à IA, a Netflix foi acusada de usar fotos criadas ou manipuladas por IA em um documentário true crime.  Obviamente, sem avisar, claro.  Isso é manipular o olhar da audiência, não que manipulação de sentimentos não seja a tônica desse tipo de material.

Outro ponto da fala de Jingxiong Guo é que a DC não comprou a acusação de uso de IA, mas imaginou que isso pudesse gerar rejeição ao produto e ele, o artista, teve que refazer seu trabalho, inclusive mostrando os rascunhos para provar que fez as artes das capas.  Aliás, no Instagram do artista há várias amostras de como ele trabalha, vídeos, enfim.  Se a acusação é injusta, e parece ser, pense no absurdo que isso tudo é.  Mas acredito que teremos que lidar cada vez mais com esse tipo de problema.


O fato é que a IA desemprega artistas e vai fazer o mesmo com toda sorte de profissionais se não houver regulamentação.  Por outro lado, fico preocupada em ver artistas sendo acusados injustamente de usarem IA.  De novo, usar IA como ferramenta, como são usados outras ferramentas digitais deveria ser demonizado?  Acho que não.  Agora, usar somente IA deveria ser aceito?  Eu acredito que não, também.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mangá sobre Princesa Historiadora Bizantina chega ao seu final no Japão

Satou Futaba anunciou que seu mangá Anna Comnena (アンナ・コムネナ) chegará ao seu final no sexto volume.  Eu falei da série em 2021, quando o primeiro volume foi lançado com recomendação de Peach-Pit (Shugo Chara).  O último encadernado será lançado no Japão no dia 6 de novembro.  Segundo o Manga Mogura, Anna Comnena foi recomendado por  Ryouko Yamagishi (Maihime Terepsikola) e Aoi Mamoru (Ano Ko no Kodomo).

Para quem não sabe quem foi Anna Comnena (1083-1153), ela era uma princesa bizantina... Para quem não lembra, o Império Bizantino foi a parte sobrevivente do Império Romano e que existiu entre o ano de 395, quando o imperador Teodósio dividiu o território entre seus dois filhos, e o ano de 1453, quando Constantinopla, atual Istambul, foi conquistada pelos turcos.  

Anna Comnena era filha do imperador e foi educada para ser esposa do futuro herdeiro de seu pai, as coisas não ocorreram de forma tão tranquila, coisas de Império Bizantino, mas ela morreu de velhice.  A jovem princesa recebeu uma educação muito bem cuidada em várias disciplinas como  Literatura grega e história, filosofia, teologia, matemática e medicina. Seu marido a apoiou em seu desejo de aprender mais e de manter contato com os círculos intelectuais de sua época. 

Depois que um golpe de Estado destituiu seu marido, ela foi enviada para um mosteiro onde escreveu a Alexíada, que é uma das principais fontes para o estudo do Império Bizantino e da 1ª Cruzada.  O mangá, infelizmente, não tem scanlations.