sábado, 1 de novembro de 2008

Vampire Kisses: novo quadrinho da Newpop



A Newpop anunciou o seu novo quadrinho, trata-se de Vampire Kisses. Esta série é publicada pela Tokyopop americana - que vem estabelecendo forte parceria com a Newpop - e se baseia em uma série de livros da linha "young adults", isto é, para jovens adultos que nos EUA, ao que parece, são adolescentes. Enfim, serão três volumes em torno das aventuras da vampira Raven que tem 16 anos (*faixa etária dos leitores presumidos*). A série de livros conta com cinco volumes, com três mais programados, e tem como autora Ellen Schreiber. Já a desenhista é a americana REM. Histórias com vampiros sempre são bem recebidas pelo público e vampiros adolescentes estão na moda.

A Tokyopop americana já fez várias adaptações para quadrinhos de séries juvenis, algumas com imenso sucesso. Vocês devem ter percebido que não usei "mangá", e nem esperem que eu use. Como já disse aqui, mangá, para mim, é produção japonesa. E eu sei bem que os japoneses estão premiando "mangás estrnageiros", mas vejo isso como jogada comercial. O bom quadrinho não precisa de rótulos para se vender, precisa, isso, sim, de uma boa história.

14 pessoas comentaram:

E qual seria o seu ponto então, Valéria?

Porque ao dizer "Como já disse aqui, mangá, para mim, é produção japonesa." e poucas linhas depois falar que "O bom quadrinho não precisa de rótulos para se vender, precisa, isso, sim, de uma boa história." me faz as coisas parecerem confusas.

Você está criticando o uso de rótulos como jogada de marketing, está querendo dizer que mangá é mangá por origem, mas isso independente de qualidade, que é o que importa?

Ou está querendo dizer que, independente do fato de não ser mangá pelo critério da produção japonesa (ponto de vista comum em vários leitores desse blog ou outras comunidades), materiais como vampire kisses valem ser lidos por terem boas histórias que façam por merecer suas vendas?

Poderia explicar melhor Valéria? O que exatamente você queria dizer?

Desculpe se eu tiver enviado meu comentário repetidas vezes - acho que cliquei mais de uma vez nessa sessão antes de ver no topo da página a mensagem confirmando que foi salvo. Foi mal! :-P

Anônimo ou Anônima,

pelo seu comentário você entendeu exatamente o que eu quis dizer. Não vou explicar o que já está entendido: mangá é produção japonesa, bons quarinhos se vendem por si mesmos e muita porcaria feita fora do Japão assume o rótulo de "mangá" porque está na moda.

Se você quer um defensor ferrenho do mangá global visite o blog Maximun Cosmo (*tem nos links*) e lá você vai ver opiniões diametralmente opostas.

Meu nome é Marcel Nicolaevski, fui eu que fiz perguntas no primeiro comentário sobre Vampire Kisses e se entrei como anônimo (como novamente faço) foi apenas por não ter ID no Blogspot.

Não estou aqui para defender coisa alguma e fico feliz que você tenha se disposto a me responder tão depressa.

Sua resposta certamente esclareceu o que você quis dizer, que era o meu ponto desde o começo, pois leitores não regulares poderiam ficar confusos, como de fato fiquei inicialmente.

Me parece claro agora a critica do uso do rótulo de mangá por material não originário no Japão por questão de moda e tática de marketing. Algo que como você mesma apontou, os próprios japoneses podem ser culpados também atualmente.

Mas a questão não vem de antes, de certo modo da própria adoção de mangá como um rótulo para se separar e destacar em meio ao mercado de quadrinhos internacional?

A questão vem de antes? Não entendi.

O fato é que de uns tempos para cá, com o sucesso dos mangás, começaram a aparecer American Manga e toda a sorte de produtos com o rótulo mangá. O uso é opotunista.

Marcel de novo.

Bem Valéria, a questão de oportunismo ou não pode depender, creio eu, se quem defende o uso do termo American (ou Brazilian, Chinese, Malaysian, ah, tu me entendeu...) Manga o faz por interesse de mercado em avançar aproveitando a "onda do momento" da moda mangá. O que certamente constitui oportunismo - e dos grandes.

Ou se quem usa tais termos acredita no que diz, no caso em uma identidade de estilo ou narrativa de seu trabalho artístico com algum conjunto de aspectos que identifica como característico do mangá.

Vai variar de acordo com os motivos de quem usa o termo American Manga ou similares, eu diria.

Sobre o meu ponto com "Mas a questão não vem de antes?", desculpe se não fui claro com o quis colocar.

Eu questionava a questão dos rótulos em si, pois pode-se dizer que mangá por si só constitui um caso de adoção de rótulo, usado de forma consciente pelas editoras japonesas nos anos 80-90 ao entrar no mercado internacional, para destacar-se de outras formas e escolas de histórias em quadrinhos.

Que é o que em primeira instância todo mangá, manwha, comics, BD, fumetti ou gibi é - história em quadrinhos, nada mais, nada menos.

Não sei se concorda comigo, mas acho que a discussã dessas questões em si já daria uma matéria à parte.

Se os japoneses chamam os seus quadrinhos de mangás, como os americanos chamam os seus de comics, os franceses os seus de BD, os italianos os seus de fumetti, por que não podem usar o nome? Só porque são japoneses?

O que eu digo é que os ocidentais, ou outros, quererem usar o rótulo mangá só para produzir a confusão e atrair leitores é que é usar o rótulo.

São dois fenômenos diferentes e, claro, nos anos 60 e 70, mesmo nos 80, se buscava normatizar os mangás com solorização e espelhamento para torná-los menos mangás, até mesmo tentando mascarar a origem. Hoje é o contrário.

O termo mangá não nasceu para entrar no mercado ocidental ele é usado conscientemente no Japão desde o início do século XX e existe anteriormente.

"O que eu digo é que os ocidentais, ou outros, quererem usar o rótulo mangá só para produzir a confusão e atrair leitores é que é usar o rótulo."

Concordo plenamente. Não que eu queira, ou tenha base, prá entrar nesse discussão.

Só comentei.

Se não me engano, o "primeiro mangá" (em aspas mesmo porque era uma espécie de rascunho ao que o Tezuka faria) foi feito há séculos por um monge. Era uma história cômica e curta e, evidentemente, não era comercializada. ^^
Acho que cada país tem seu estilo de fazer quadrinhos, então palavras como "mangá", "manhua" (chinês) e "manhwa" não podem ser consideradas rótulos. São, na verdade, vertentes dos quadrinhos que condizem com a visão e estilo gráfico dos orientais.

Um norte-americano ou brasileiro pode desenvolver um trabalho que siga a escola do mangá, tanto em narrativa quanto em visual. Mas, em minha opinião, isso não faz dele propriamente um mangá.

Se um brasileiro ou americano domina narrativa e tudo o que possa ser apontado como característica de mangá, ele ou ela está fazendo mangá. Agora se se tira pela origem, não, jamais será mangá. Até o momento, salvo um mangá feito por coreanos que trabalham no Japão, eu ainda não vi nada feito por estrangeiros que não denunciasse desde o primeiro olhar que não se tratava de um mangá. A questão é que as influências são variadas e não vejo em absoluto a necessidade de se agarrar ao rótulo para "vender".

Enfim, você deve estar falando dos pergaminhos
do século XI, os mais famosos são aqueles que eram com bichos falantes. Todo livro de história dos mangás fala deles, mas na época e, acredito, até o século XIX, a palavra mangá não existia. Depois eu checo.

tb sou da mesma opinião da valeria,acho que ta na hora da gente para de rotular as coisa,historia boa vai vende sempre bem,independente de ter o nome manga ou não no meio .

O que eu digo é que os ocidentais, ou outros, quererem usar o rótulo mangá só para produzir a confusão e atrair leitores é que é usar o rótulo.

Então os ocidentais que desenham mangás são vigaristas, buscando confundir para sugar dinheiro de otários?
Me recuso a aceitar isso. E sinceramente, como desenhista acho algo completamente ofensivo. Com sinceridade.

Alexandre, já conversamos longamente sobre isso. Você defende uma postura diametralmente oposta a minha. No mais, se você faz o seu trabalho com paixão e competência não deve satisfação a ninguém. Inclusive eu aqui.

Related Posts with Thumbnails