segunda-feira, 10 de novembro de 2008

True Blood: Vampiros, Vampiros, Vampiros



Estou saindo para o trabalho agora. Não postei no fim de semana, porque tinha um monte de coisas para fazer e me distraí com True Blood. Farei post mais tarde com as minhas impressões, mas vou deixar as matérias (aberta - entrevista só para assinantes) que a Folha publicou no fim de semana sobre a série. Por agora so digo o seguinte: ainda bem que a nova geração de vampiros não é formada por adolescesntes angustiados-virgens-vegetarianos que só podem transar depois do casamento (*sim, aí todas as nóias vão embora*). Se bem que a autora é da velha guarda. Deve ter lido mais, muito mais, e, claro, tem posicionamento crítico diante de questões relativas à Era Bush. Ah, lá embaixo de fala de O Crepúsculo, também.

Vampiros de Charlaine Harris fazem sucesso em livros e série de TV

RODOLFO LUCENA
Editor de Informática da Folha de S.Paulo

Loira, peituda, jovem e bronzeada, a garçonete Sookie Stackhouse é uma atração no Merlotte's. Apesar de atenciosa, é considerada meio tonta, pois costuma fazer a maior cara de não-tô-entendendo-nada para tentar fugir aos pensamentos libidinosos da clientela do bar. É que Sookie lê mentes.

Essa deficiência, como chama sua habilidade, a impede até de namorar em paz. Apesar dos hormônios em ebulição, ela escolheu o celibato para não ter de ficar "ouvindo" os pensamentos do parceiro o tempo todo. Até que conhece Bill Compton, cuja mente é um livro fechado para Sookie, uma página em branco, um momento de paz. Bill é um vampiro.

A aventureira dupla é o coração de uma série de livros que vêm freqüentando com grande destaque as listas de mais vendidos nos EUA. A saga vampiresca, que combina mistério, um toque dos truques da literatura policial e doses de erotismo, é uma criação da quase-sexagenária Charlaine Harris, que há mais de 25 anos milita no ramo da literatura de gênero, tendo finalmente chegado às massas com Sookie e seu par.

E chegou em grande estilo. No ranking publicado no dia 31 passado, sete títulos da série estavam na lista dos 20 mais vendidos nos EUA (ficção de massa, brochura), segundo o "The New York Times".

O título inaugural, "Dead Until Dark", foi lançado no país em 2001, mas, neste ano, ganhou nova impressão, casada com a entrada no ar da série televisiva "True Blood", da HBO. Foi publicado no Brasil no ano passado.

A novidade da série é que Harris traz seus vampiros para a vida cotidiana da humanidade. Graças a descobertas de cientistas japoneses, que desenvolveram sangue artificial que pode ser engarrafado e vendido em bares e supermercados, homens, mulheres e crianças já não fazem necessariamente parte do cardápio dos mortos-vivos, que podem assim se transformar em produtivos membros da sociedade.

Não que todo mundo goste deles. Há os antivampiros como também os que têm por eles verdadeira paixão fetichista, comprazendo-se em oferecer o pescoço às presas deles. E existem os caçadores de vampiros, bandidos que perseguem os mortos-vivos para drenar seu sangue, que é vendido como droga curativa e estimulante das capacidades sexuais.

Por seu lado, os vampiros, que parecem bastante satisfeitos com os novos arranjos socioeconômicos, não perderam suas históricas características. O sangue sintético, apesar de seus diversos sabores (A positivo, O negativo, AB e por aí vai), não tem o apelo do humano, ainda mais que sugar um pescocinho traz consigo um grau de erotismo que nem de longe desagrada aos mortos-vivos. Por sinal, eles são capazes, sim, de transar com homens e mulheres, mas não geram prole.

As contradições da nova sociedade produzem crimes, que afetam a tranqüilidade de vampiros emergentes. É onde entra Sookie Stackhouse, cujas habilidades telepáticas passam a ser usadas para investigar roubos, trapaças e assassinatos. Os títulos não são os mais criativos do mundo (a palavra "morto" está em todos), mas as histórias são construídas com humor e o texto é leve, o que torna a leitura fácil, divertida e fluente.

HUMANOS BEBEM SANGUE DE VAMPIRO

Em seu site oficial, a autora explica assim os poderes do sangue dos vampiros (em tradução livre): "Os efeitos variam conforme as condições do usuário [humano]. As variáveis são: a idade do sangue (há quanto tempo foi extraído), a idade do vampiro sugado e a estrutura mental e a situação física de quem ingere o líquido. Chupar o sangue diretamente do vampiro não necessariamente deixa o sujeito ligadaço, a não ser que ele já seja viciado. E pode ser criado um vínculo de sangue quando um vampiro e um humano trocam seus fluidos, mas em geral é preciso que a relação ocorra mais de uma vez. E também depende do vínculo emocional entre os parceiros".

"Quem não gosta de escrever sobre imortais?"
Autora de saga comenta o que a atrai nos vampiros, "um símbolo sexual potente"

Em entrevista à Folha por e-mail, Charlaine Harris fala ainda sobre o que mudou em sua vida após o sucesso da série de Sookie Stackhouse

DO EDITOR DE INFORMÁTICA

Charlaine Harris é uma simpática senhora que vive com marido, três filhos e dois cachorros em uma propriedade no sul do Arkansas, onde diariamente trabalha em algum de seus projetos literários -isso, é claro, quando não está fora em viagens divulgando seus livros ou participando de eventos de literatura fantástica. Nascida em 1951 em Tunica, Mississippi, há mais de 25 anos ela tem livros publicados. Começou escrevendo histórias de fantasmas e, mais tarde, passou à literatura de mistério e suspense. Depois de um intervalo em que se dedicou às lides da maternidade, voltou à carga e criou uma série policial em que a heroína é uma bibliotecária. Produziu também uma série em que a estrela, Harper Connelly, tem a estranha capacidade de encontrar cadáveres... Mas seu grande sucesso é a saga vampiresca, tema desta entrevista exclusiva, realizada por e-mail.
(RODOLFO LUCENA)

FOLHA - Por que escrever sobre vampiros? O que neles a atrai?
CHARLAINE HARRIS - Não é tanto que eu quisesse escrever sobre vampiros, mas sim sobre uma mulher que namorasse um vampiro. Escrever as histórias de Sookie foi muito interessante. E é bacana tratar de vampiros. Quem não gosta de escrever sobre criaturas imortais que nunca envelhecem?

FOLHA - E por que vampiros fazem tanto sucesso? Há outros livros sobre eles, séries de TV etc.
HARRIS -
Acho que todo mundo está procurando por algo diferente, fora de seu círculo corriqueiro. Todos gostariam que existisse alguma coisa inexplorada, desconhecida no mundo. Além disso, os vampiros são um símbolo sexual potente, porque a idéia geral é a de que, com todos aqueles anos de experiência, eles devem ser excelente amantes. Eles também são muito fortes fisicamente, o que por si só já é atraente.

FOLHA - O que considera seu toque pessoal nesse mundo vampiresco?
HARRIS -
Meus livros são divertidos, bem-humorados. Eu acredito que a forma bem contemporânea com que eu descrevo os personagens e o humor que coloco nas histórias tornem meus livros especiais.

FOLHA - Como você chegou às histórias de vampiros?
HARRIS -
Antes da série com Sookie Stackhouse, eu estava escrevendo livros convencionais de mistério, porque sempre gostei de ler esse tipo de história. Então eu pensei que talvez eu pudesse conquistar uma audiência mais ampla se eu abandonasse as regras das histórias convencionais de mistério e escrevesse um livro que derrubasse todas as regras. Também dei rédea solta ao meu senso de humor, e assim nasceu "Dead Until Dark".

FOLHA - Suas histórias de vampiro fazem mais sucesso do que seu trabalho anterior. Qual foi o impacto disso na sua vida?
HARRIS -
Obviamente, estou ganhando mais, e isso é muito bom. O sucesso realmente muda a maneira como as pessoas o tratam, mas meus amigos continuam sendo meus amigos, minha família continua sendo a coisa mais importante na minha vida, e eu continuo gostando muito de fazer o que faço. Fico impressionada ao ver como as pessoas levam minhas opiniões a sério!

FOLHA - Como você se sente tendo tantos livros ao mesmo tempo na lista dos mais vendidos do "New York Times"?
HARRIS -
Pode parecer estranho, mas eu não dou muita bola para isso. Isso nunca esteve na minha lista pessoal de desejos. Há outros aspectos do sucesso de que eu gosto mais...

FOLHA - Seus livros estão na lista de ficção para as massas, e não no ranking de ficção, que inclui títulos considerados de literatura "séria"? Você acredita que exista uma literatura "séria", em oposição a uma "não-séria"?
HARRIS -
Sou uma escritora de histórias de gênero, não pretendo ser nada além disso. Tenho muito orgulho de escrever livros de mistério e de ficção científica e não tenho nenhum controle sobre a categorização de meu trabalho ou sobre como as pessoas o vêem -sério ou não-sério. Não dou bola.

FOLHA - Como é a sua rotina de trabalho? E a sua vida familiar?
HARRIS -
Eu escrevo diariamente, sozinha, das oito da manhã até o meio-dia e, depois do almoço, até por volta das 15h. Eu nunca tive auxiliares, mas agora estou pensando em contratar uma secretária pessoal, apesar de que isso pode vir a tirar o pouco de privacidade que eu ainda tenho. Moro com meu marido, meus filhos e meus cachorros Rock e Oscar. Infelizmente, o nosso ganso, Spigot, desapareceu um dia desses -o assassino deve ter sido uma raposa ou um coiote. Meu filho do meio, que acaba de sair do Exército, escreve de vez em quando. O mais velho trabalha na área de informática, e a nossa filha ainda está no segundo grau.

Stephenie Meyer é sucesso com vampiro "doce"
DO EDITOR DE INFORMÁTICA

O mundo dos vampiros atrai multidões desde os tempos em que Bram Stoker (1847-1912) criou o seu "Drácula", supostamente inspirado na maldade de um príncipe que, no século 15, aterrorizou o território em que hoje é a Romênia. Filmes, peças teatrais (até infantis) e, especialmente, livros de todo tipo bebem naquela vertente.

Agora é a vez do vampiro modernoso de Charlaine Harris. Mas há espaço também para romances adocicados, como provam os milhões de exemplares vendidos por outra autora vampírica, a também americana Stephenie Meyer, que aposta numa saga à la Romeu e Julieta para conquistar adolescentes no mundo todo.

As histórias água-com-açúcar envolvendo a jovem Isabella Swan e o vampiro Edward Cullen se transformaram em fenômeno editorial, com mais de 15 milhões de cópias comercializadas em 37 países.

No Brasil, acaba de ser lançado o segundo volume da série, "Lua Nova" (Intrínseca; R$ 39,90, 480 págs.), com tiragem de 100 mil exemplares; o primeiro, "Crepúsculo" (R$ 39,90, 416 págs.), já vendeu mais de 80 mil unidades, segundo a editora.

E provavelmente vai vender mais ainda, na onda do filme de mesmo nome (www.twilightthemovie.com), cuja estréia no Brasil está prevista para dezembro (nos EUA, o lançamento deve ser no próximo dia 21).

Mas que o leitor de Charlaine Harris não se engane: dificilmente vai gostar da obra de Stephenie Meyer, 34, que mora com o marido e três filhos no Arizona. Enquanto o texto da primeira é moderno, agitado, com personagens adultos lutando pela vida, a produção da segunda é edulcorada, com uma jovem romântica às voltas com seu Romeu de dentes pontiagudos.

A pieguice, porém, não deixa de ter atrativos para um certo tipo de público, como demonstram os números de vendas e os louros recebidos por Meyer, que foi considerada pela revista norte-americana "Time" uma das cem pessoas mais influentes do mundo na área de entretenimento neste ano.(RL)

10 pessoas comentaram:

uahauauha, quanto rancor contra vampiros puritanos xD~

vá lá que a autora realmente deve ser sem sal, mas a história dela é divertida... puritanismo é uma coisa tão fora de moda que ela até volta pra moda...

(aliás, esse conceito de aplica a qualquer coisa no mundo da moda)

esse true blood parece interessante... acho que são poucas as abordagens sobre vampiros que não me interessam =x

interessante...


acho q acabou fazendo a meyer parecer um pouco de plagio, uma vez a vampira dela pode ler pensamentos tbm... e fez a meyer meio q parecer fichinha tbm..

pedro, vc q gosta de vampiros, uma vez eu vi um livro chamado "o vampiro-rei", ele é bom?

True Blood pra mim é tão legal quanto Crepúsculo, mas não tem sentido compará-los. É como comparar o sucesso de um Shoujo e um Shounen.
Ambos tem vampiros, mas um é para adultos e outro para jovens.
Eu odeio quando ocmparam coisas diferentes assim. Que comparem Crepúsculo com Vampire Kisses e True Blood com Anita Blake.
Quanto a vampiros castos e tal, eu não me importo. Também não me importo que não sejam. Sabe, cada um faz o que quer da vida e que todos sejam felizes.
Desde que a história seja boa e as atitudes coerentes à personalidade dos personagens, eu aceito.

Just-Anne, a maioria dos vampiros que eu á vi em histórias lê pensamentos ou, pelo menos, emoções. A Meyer colocar uma vampira telepata não significa plágio ou algo do gênero, não. A Sookie de True Blood não é vampira, ela é algum tipo de telepata.

Bell, estou comparando a forma como as pessoas constróem seus vampiros. Desde quando você precisa cnstruir vampiros castos porque é para adolescentes ou vampiros over-sexualizados porque é para adultos?

Agora, comparar a consistência de idéias na entrevista d euma e de outa euposso, sim. E isso eu faço sem dó.

true blood é tão legal quanto a serie Blod Ties *.*
so q mais pessado hauahuh

Pra mim vampiros tem q ser assim, com atitude e sedutores sexy simbol pq não, mexe com o ego de quem curte eles, agora vampiros castos?? Bom, cada um escreve o q quer mesmo

vou ter q ler esse twinlight para ver como é, já me falaram q p livro 4 é tão ruim e acabou com o bom dos outros tres.

nem gostei dessa historia desse resumo ai... nunca fui fã d loiras peitudas!XD
vou ficar com minhas pieguices! asaushauh

Não vejo problema em autora ter os pensamentos fechados dela. Acho que cada um tem suas convicções.

E qual é o problema do Edward ser um vampiro bonzinho, virgem, puritano e blá²? Ela quis criar uma história essencialmente romântica em todos os sentidos e foi isso que conquistou todo esse público. Quem lê Crepúsculo, não o faz pelos vampiros. Faz pela história de amor - Romeu e Julieta, como disseste.

Seria bom ter sexo? Seria. Mas o livro - no que foi proposto e para o público a que veio - não deixa de ser bom por isso e continua conquistando o povo. Claro, aqueles que adoram histórias açucaradamente românticas. [Eu].

Não estou dizendo que Crepúsculo não tem defeitos. Claro que tem. Longe de não ter. É difícil um livro não ter, ainda mais se é de uma estreante. A narrativa dela, ao meu ver, é o ponto mais fraco e realmente tem horas, inclusive, que ela tenta descrever uma cena e simplesmente se enrola. Acho que se for pra descrever os defeitos do livro, podia partir daí, da técnica. Porque pra discutir a natureza dos personagens, pra mim é besteira. Personagens são pura criação, que enquanto não se contradizerem na história e seguirem a personalidade a eles conferida, estarão bem colocados. Aí depende da pessoa gostar deles ou não. Se vão se identificar ou não. Não acredito que a virgindade e puritanismo do personagem possa fazer com que a história seja declarada ruim.

Enfim, não sei se eu consegui expressar bem o que queria, mas tá aí. Crepúsculo não veio pra tratar de mais uma história de vampiros, mas de amor. Então, quem procura vampiros, sangue e etc, não vai encontrar nada além de açúcar e lágrimas. E é isso que tá enchendo os bolsos da Meyer.

Pois é, Mariana, como o pessoal não vê problema com "os pensamentos fechados dela", a autora vai continuar enchendo os bolsos. Bem, não com o meu dinheiro. A entrevista me basta.

Mas gosta quem quer e se as pessoas começam a acreditar que romance e sexo não se combinam, ou que alguém pode escrever sem ter lido outros, ou que sexo é sujo ou machuca, mas que se você casa tudo muda, porque abençoado está, é que complica.

Mas como eu disse, ela atinge o seu público. Vende bem. E isso é que me assusta. :)

gostou de crepusculo?ou mesmo se odiou visite afterthemidnighthour.blogspot.com


Seu blog está otimo!

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