quinta-feira, 1 de maio de 2008

Momento Histórico nas Novelas da Globo



Ontem foi o antepenúltimo capítulo da novela Desejo Proibido (152), e, se não é minha novela preferida do Walter Negrão, afinal, há O Direito de Amar, já se tornou a novela mais bem estruturada da qual me lembro. É preciso dizer que não lembro com detalhes precisos de O Direito de Amar, eu tinha 11 anos na época, então, em relação a ela o que ficou foi mesmo a relação afetiva, bem mais até do que no caso de Escrava Isaura.

Enfim, eu estava pronta para escrever um e-mail para o autor através da página oficial, reclamando que a estudiosa Dulcina tinha esquecido seu sonho de ser engenheira. Coisa comum, afinal, "o amor" é o que move as pessoas nas novelas globais. Só que a coisa foi retomada esplendidamente nesta cena do jantar, e, assim como tudo nesta novela, vide a relação do protagonista, Miguel, com o tango, nada foi deixado sem resposta. O melhor, no entanto, estava ainda por vir, pois algo diferente de tudo que eu já vi na dramaturgia global estava por acontecer.

Vocês vêem esta mesa? É a mesa burguesa tradicional, certo? Sim, mas a mesa de refeições da Globo só tem uma cabeceira, ocupada sempre pelo patriarca da família, seja ela moderna, seja arcaica, isso não muda, não há variação, não existe mesa redonda, a mãe não se senta na cabeceira oposta, e só se senta em lugar de "poder", quando o pai é morto e ela é a megera. Sim, pois ou a cabeceira fica vazia, ou o filho homem a ocupa, e a cabeceira oposta está sempre vazia.

E eis que, pprimeira vez que eu tenha visto nesses meus 32 anos, se fez diferente e foi em uma novela de época. Pai em uma cabeceira, mãe em outra, como nos filmes e seriados de outros países, como na maioria das casas mais ou menos conservadoras que conheço. Mais um motivo para que Desejo Proibido, uma novela tão castigada pela audiência, fique na memória. Walter Negrão já se tornou meu novelista favorito e, claro, nos proporcionou um momento histórico nas novelas da Globo.

2 pessoas comentaram:

Tinha visto a sua postagem anterior sobre a novela, e voltei aqui só pra ver algum comentário sobre o final.

Gostei bastante. Tudo bem que não fugiu de alguns clichês, ainda mais sendo novela de época. Mas só de não ter o babyboom nojento de outras novelas aí (como as de Manoel Carlos e Walcyr Carrasco, que j´achei bom mas hoje considero péssimo), já achei excelente.

Palmas pra Walter Negrão.

Nem sabia que você estava companhando... ainda não fiz o post do final da novela... Mas vou fazer agora, já que estou acordada.

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