sexta-feira, 18 de abril de 2008

Himitsu: Primeiras Impressões



Finalmente assisti Himitsu, baseado no mangá josei da veterana Shimizu Reiko publicado na revista Melody, e tive que voltar ao quadrinho para refrescar a mente. Bem, o anime não segue o mangá fielmente, digo, não segue os eventos do mangá, embora esteja até o momento fiel ao espírito do mangá. Há algum problema nisso? De certa forma, não, isso se não tivessem enfiado mais personagens clichê do que havia no original, como a mocinha-secrtária-faz-tudo de minissaia e a doutora desastrada com voz infantil. Vou explicar.

Ao que parece o segundo caso a aparecer será o primeiro do mangá, ainda assim, a ordem dos eventos foi mudada. Ela começa com Aoki – o moreno de óculos – chegando no MRI, a tal agência que usa as informações dos cérebros dos mortos para desvendar crimes – e encontrando o superintendente Maki. Este último é o nosso típico andrógino com aparência frágil, mas dono de forte personalidade e muito competente, é um workaholicmuito rigoroso com as hierarquias e que chegou ao topo rápido demais. No mangá, ele é atormentado por lembranças do passado, mas isso não está no episódio um do anime, de qualquer forma, duvido que cortem. Toda a seqüência do primeiro encontro de Aoki e Maki tem aquele arzinho sugestivo yaoi. Isso está no mangá, aliás, Reiko Shimizu gosta de homoerotismo e tem séries com conotações tanto yuri (Kaguya Hime) quando yaoi (Himitsu, Tsuki no Ko). Não esperem que role nada entre os dois no entanto, isso vai ficar a cargo dos doujinshi.

No mangá, Aoki chega à agência, antes de Amachi que no anime foi transformada em psicóloga forense capacitadíssima, mas com uma irritante voz infantil e terrivelmente desastrada. Isso é um clichê, no mangá não há mulheres na agência, ao invés de criarem uma agente mulher competente, colocam em evidência uma personagem menor e reforçam o estereótipo. Enfim, ela deve ter o mesmo destino que tem no mangá, mas não agora. A secretária com ar de garotinha não existe.

Cortaram o referente temporal, a série se passa em 2060 e nada é dito no anime. Ou então perdi a informação. O primeiro caso não está nos dois primeiros volumes do mangá, tenho a impressão de que foi inventado para apresentar Aoki e a agência, mostrar a angústia de quem trabalha vendo as recordações mais íntimas das pessoas. O desfecho do primeiro crime foi conservador, com o reforço da noção de família, moral, fidelidade conjugal. Ah, um deslize aqui, a vítima usava um casaco e saia da mesma cor dos de Amachi. Será que ninguém percebeu?

Não estou reclamando, até porque o núcleo familiar apresentado é muito amoroso. Só acho que quem está com o anime na mão não vai colocar nada de muito transgressor na série para além das sugestões yaoi bobinhas, espero que não tirem as alucinações de Maki, pois a personagem e suas angústias são importantes para a série. Por exemplo, parte de seu tormento vem de um caso de assassinatos em série, onde todos os mortos eram seus colegas de turma, o serial killer matou para impressionar Maki, a quem desejava. Aoki, também, especialmente no caso do assassinato de Amachi tem umas alucinações das boas. E isso tem que estar no anime.

Enfim, daria uma nota oito. Foi um anime sóbrio, manteve o clima de ficção científica. Escorregou ao colocar as personagens femininas clichê e não apresentar de cara a personalidade atormentada do superintendente, mas foi isso, um capítulo de apresentação das personagens principais, da agência e da metodologia de trabalho. Vamos esperar o próximo episódio que será duplo e, se não me engano, vai pegar o capítulo um do mangá que é bem longo, pois cada volume parece ter somente dois casos. Himitsu só tem 5 volumes lançados até o momento. Não acho que teremos mais que 12 ou 13 episódios, ou terão que inventar muitos casos extras. Agora só falta Special A – que estou bem sem vontade de assistir – e a estréia de Tsubomi que sei que só não vou gostar se fizerem muita bobagem.

1 pessoas comentaram:

Moça,
tudo bem?

É a primeira vez que eu comento aqui, mas faz um tempinho que eu visito o seu blog com certa regularidade.

Acabei por conhece-lo por acaso, quando eu estava montando uma espécie de "mini-guia" para a obra do Clamp no meu site.

Acabei mencionando sua descrição do Okimono Kimono no site (com os devidos créditos) e linkei sua tradução da entrevista da Ageha no NY Times. Se preferir, posso retira-los.

Em todo o caso, só passei mesmo para deixar um abraço e realmente elogiar seu blog.

Se te interessar, visite a gente no Mahou Gakkou Amaterasu:

http://www.expressohogwarts.com.br/amaterasu.html

Abraços mil

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