sábado, 16 de junho de 2007

Cobiçar as Lolitas é legal, mas inegavelmente nojento


Kodomo no Jikan: causa ou sintoma?

Sei que o Mainichi Shinbum é um tablóide, isto é, um jornal sensacionalista, no entanto, esse tipo de notícia, mesmo que direcionada, me parece plausível e repleta de verdades. Essas fotos e vídeos estão disponíveis na net para download até em sites como o Tokyotosho, sua sugestão sexual é clara, as modelos são meninas de primário principalmente, com idades entre 6 e 13 anos em média. Às vezes menos, às vezes mais. A sugestão sexual é clara. Me pergunto se isso aqui em nosso país seria crime ou apologia ao crime. De qualquer forma, é uma violência contra essas meninas, violência praticada em primeiro lugar pelos pais. O que não pode acontecer em uma seção de fotos privada?

Vejam que a seção de fotos acontece em Osaka, na mesma prefeitura onde 81 shoujo mangás foram rotulados de "livros prejudiciais" e, de novo pontuo que somente 4 mangás lolicon recebem esse mesmo selo em todo o Japão. O mercado prospera e as meninas estão aí para isso.


Cobiçar as Lolitas é legal, mas inegavelmente nojento

O Japão, reconhece a Shukan Bunshun (14/06), tem uma merecida reputação como "Rorikon Taikoku" (um país com o maior complexo de Lolita do mundo). Apesar das novas e duras leis que estão sendo colocadas em prática perseguindo a pornografia infantil, alguns aspectos do mercado proliferam dentro da legalidade. Estes incluem publicações tais como os “deluxe coffee table books” contendo coleções de fotos de meninas em uma variedade de poses sugestivas, e os DVDs que as mostram em ação – usando vestidos ou roupas de banho, mas ainda satisfazendo sugestivamente aos aficionados em “U-15”, isto é, “under 15”, menores de 15 anos, que é como alguns se referem a essas meninas na puberdade. [1]

O lucro anual de tais produtos, que são completamente legais e vendidos abertamente, está estimado em algo próximo de 17 bilhões de ienes. Em 27 de maio, um grupo de 25 homens adultos em uma região não especificada de Osaka [2] foram participar de um "Satsueikai" (seção de fotos), na qual as modelos eram todas estudantes de primário. A maioria dos homens estava na casa dos 30, a revista relata, com alguns poucos acima ou abaixo dessa faixa de idade.

A chegada dos participantes foi registrada e cada um pagou 8 mil ienes. [3] A seção começou às 10:30 em um amplo e quase deserto parque público, onde os sorridentes fotógrafos e cameramen se reuniam com ar de deslumbrados em torno das meninas. Então eles começaram a fotografá-las em determinados ângulos, sem conversar uns com os outros ou com as meninas.

Para aqueles que desejassem combinar uma foto em separado mais tarde, isso pode ser marcado, e eles podem encontrar cada uma das garotas ao preço de 50 mil ienes mais despesas adicionais, caso existam. Essas despesas podem incluir transporte e refeições, incluindo os custos do responsável [4] acompanhante da menina. As meninas mostram uma extraordinária compostura, posando para fotos com uma serena inocência enquanto mais de 10 homens estranhos armados de câmeras as cercam e começam a fotografá-las.

Quando a seção matinal de fotografias estava terminando, três policiais se aproximaram do grupo, e um deles disse “Recebemos uma reclamação de que vocês estavam fotografando meninas sem roupa.” Conforme o presidente da firma responsável pela organização do evento explicou o procedimento aos policiais, um homem idoso em uma cadeira de rodas elétrica se deslocou e os informou, “Fui eu quem ligou para a polícia.” “Esses homens são desavergonhados!” gritou o homem. “Okay, as meninas não devem estar nuas, mas há algo de suspeito no modo como eles as estão olhando e fotografando.” Observando que não havia nada de ilícito, os policiais partiram e depois do almoço o lugar de encontro passou a ser um estúdio fotográfico.

No set, uma das meninas fotografadas vestia a blusa sailor do uniforme escolar e lhe pediram que erguesse ambos os braços sobre a cabeça, e a barra da blusa subiu deixando expostas a sua barriga, a qual os fotógrafos olhavam com indisfarçável desejo e cobiça, pontua o Shukan Bunshun. O presidente da companhia responsável pela produção disse ter entre 20 e 30 meninas registradas na sua empresa, com idades variando entre 4 anos de idade e o colegial.

A mãe de uma menina-modelo de dez anos presente no evento estava claramente desanimada com a experiência. “Muitos pais vêem essas seções de fotografias como um ponto de partida para o show business e se resignam a suportá-las. Mas alguns desses caras me parecem pervertidos. Eu não falaria com eles.” [5] Então o repórter perguntou como ela se sentia em ter sua própria filha sendo tratada como objeto do desejo de algum homem. “Certamente há pessoas que vão ver as fotos desse ângulo,” ela responde de forma franca. “Mas a menos que você aceite que as coisas são assim, você não será capaz de conseguir nenhum trabalho como modelo.”

“Nós vemos todo o tipo de pais nesses eventos,” o organizador da seção explica. “Alguns estão deslumbrados com a idéia de verem suas filhas seguindo uma carreira no showbiz. Outros querem somente uma recordação na forma de fotografias bem tiradas. Algumas vezes nas entrevistas, algum responsável perguntar baixinho ‘Quanto você vai nos pagar!!?’” [6]

Os princípios morais dos adultos, conclui o Shukan Bunshun de forma amedrontada, deixa muito a desejar. (por Masuo Mamiyama – 11 de junho de 2007)

[1] Puberdade?! Algumas estão longe disso e a própria matéria fala em meninas de até 4 anos de idade posando para as "Satsueikai". Alguns poucos exemplos do Amazon japonês: (*os links expiraram, veja exemplos semelhantes aqui: 1-2-3-4-5-6*). Quantos anos será que elas têm?
[2] A mesma região que considera 81 shoujo mangás como “livros perigosos”.
[3] E ainda cobram ingresso... na seção de fotos é mais fácil ver pedaços de nudez, ou mesmo tentar interagir com as jovens modelos que poderiam ser filhas ou até netas desses sujeitos.
[4] Pai ou mãe. Esta
outra matéria joga a culpa toda para as mães... As meninas, claro, não têm pai que pode dizer “sim” ou “não” caso a mãe queira expor a criança como carne no mercado. Machismo puro a análise do sujeito, mas confirma que o que o Mainichi Shinbum está relatando não é exagero.
[5] Mas expõe a filha de dez anos a eles… Ótimo posicionamento.
[6] Será que este mesmo pai ou mãe não seria capaz de vender a virgindade da filha caso algum fotógrafo capaz de pagar por volta de 1000 reais por uma foto particular não oferecesse uma boa soma? No Brasil, muitas vezes isso é feito por quantias irrisórias por gente morta de fome e sem muita perspectiva na vida... Mas e no Japão?

4 pessoas comentaram:

Tão nojento que é dificil ler.
O que mais dói é ver que tudo isso é legal. Dei uma olhada nos links que você indicou, é de dar medo.
Não entendo como um pai ou uma mãe podem permitir uma coisa dessa. Como isso pode ser publicado livremente?
Vendo as fotos eu tive a mesma sensação de angústia que me fez abandonar a leitura de "Lolita" pela metade.........

Aqui no ocidente (também no Brasil) existe algo semelhante (mas não tão explícito). Que é o trabalho de modelos (essas que desfilam nas passarelas) com cerca de 12 anos, que são escolhidas por terem corpo quase de mulher e como pré-adolecentes são super magras. Poucas dessas modelos chegam a terminar o ensino médio. Para mim isso é um trabalho infantil legalizado.
Na minha opinião deveria ser proibido, da mesma forma que alguns desfiles proíbiram modelos magras demais.
Tá certo que não tem a mesma gravidade do que foi descrito, mas na minha opinião também deveria ser evitado.

Concordo que isso è muito suspeito. Mas acho antes de dizer "ha que bando de nojento eles fazem isso com essas garotas", deveriamos tomar vergonha na cara e limpar nossa casa primeiro. Pois eles estão "só" fotografando meninas fantasiadas e lendo revistas. Aqui nos temos crianças de 13anos cantando " que a guria quer pal" ou "senta senta senta senta ate em baixo". Pesoalmente acho melhor eles que ficam só nas revistas e nas fotos fantasiadas do que nosso pais que literalmente canta "sacanagens" na maior cara dura. Na minha humilde opinião nos não temos nem que criticar, já que a coisa ta pior na nossa casa.

Desculpe, decepcioná-lo, mas você não está em um site que faz apologia ao que você identificou como temeridades em nosso país. Na verdade, trata-se de um site que se dedica, principalmente, a analisar a cultura pop nipônica sob uma ótica feminista. Ademais, não sou adepta da lógica do sujo falando do mal lavado, sou defensora dos direitos das crianças e respeito às meninas independente de fronteiras. Se não ficou claro, o texto sugere que o "algo mais" pode acontecer. Considero a prática pedófila e perniciosa, tanto quanto as musinhas do funk que pululam aqui em nosso país.

Tenha m bom dia!

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